Mulheres jovens, solteiras, com menos anos de educação ou dificuldade em controlar impulsos são o grupo mais comum de pessoas que pensa em suicidar-se ou tenta o suicídio, revela uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Segundo a BBC Brasil, o estudo foi realizado com quase 85 mil entrevistados em 17 países e publicado na edição de Fevereiro do British Journal of Psychiatry.
Em média, 9,2 por cento dos entrevistados disseram ter pensado seriamente em suicidar-se e 2,7 por cento afirmaram ter tentado pôr fim à própria vida, em algum momento. Das pessoas que pensaram em cometer suicídio, 29 por cento chegaram a tentar, revela o trabalho.
«A pesquisa sugere que pensar em suicídio e comportar-se como suicida são mais comuns do que se pensa. Os principais factores de risco para esses comportamentos são bastante consistentes em diversos países do mundo», disse o coordenador do projecto, o professor de Psicologia da Faculdade de Artes e Ciências em Harvard, Matthew Nock.
As estatísticas variaram de país para país - a ocorrência de pensamentos suicidas, por exemplo, ficou entre 3,1 por cento na China e 15,9 por cento na Nova Zelândia - mas os pesquisadores atribuíram esta diferença a «padrões culturais», que podem ter influído na decisão dos entrevistados de manter sigilo sobre as intenções suicidas.
Impulsividade
O estudo revelou que a impulsividade é um factor crucial para diferenciar entre as pessoas que apenas pensam em suicídio e as que de facto tentam o suicídio.
Das que pensam em acabar com a própria vida, as taxas mais altas de tentativas não foram registadas entre as pessoas com depressão ou outros problemas de variações drásticas de humor, mas sim entre aquelas que abusavam do consumo de drogas ou apresentavam desordem no controlo de impulsos.
Os factores de risco incluíram mulheres jovens - sobretudo adolescentes ou no início da vida adulta -, solteiras, com menos anos de educação formal e dificuldade de controlar os seus impulsos.
«Em geral, achamos que os pensamentos e comportamentos suicidas ocorrem mais em pessoas que estão deprimidas. Mas em todos os países, descobrimos que não é apenas a depressão que aumenta o risco de comportamento suicida. Problemas de controlo, uso de substâncias e ansiedade estão muito mais associados ao risco de pensamentos e tentativas de suicídio», disse Nock.
Fonte:
IOL Diário